6 de mar. de 2008

VISITANDO O INTERIOR

Passava das duas da manhã quando bateram à porta da casa número vinte e dois da Rua Marcelo A. de Moura.

- Nossa! Eu jamais poderia imaginar que você me faria uma visita a essa hora da madrugada! Que ótima surpresa! Entre.

- Estava passando por aqui e, como tinha certeza de que estaria acordado, resolvi dar uma passada, espero não estar incomodando...

- Claro que não... Mas sente-se, vou pegar um café.

- Você andou mudando algumas coisas por aqui não foi? Olha, com sinceridade, achei um tanto esquisita essa nova decoração.

- Pronto, aqui está o café... Não mudei nada, está tudo exatamente mesmo lugar. A última vez que você esteve aqui era dia e estava sentada em outro lugar, quem sabe esses fatores devem ter te dado essa falsa impressão.

- Mas está muito diferente mesmo, sem brincadeira!

- Impressão sua... Como está o tempo? Muito frio lá fora?

- Não, está bem agradável.

- Ah! Eu não costumo sair muito de casa, por isso sempre acho que faz frio lá fora...

- Você deveria sair mais.

- Quem sabe... Mas eu já desisti, lá fora não parece ter nada interessante, aqui dentro posso fazer o que quiser, criar coisas do meu interesse.

- Sei... Nesses papéis aí?

- Isso mesmo, com a ajuda de uma caneta.

- Eu não entendo! Bom, só passei para ver se você estava bem e encontrei uma nova decoração e você dizendo que não mudou nada de lugar... Obrigada pelo café.

- Está tudo no mesmo lugar, você viu a sala de um ângulo diferente e com outra iluminação, sei que pode parecer difícil de assimilar isso, mas continua tudo igual.

- Você mudou... Bem, boa noite.

- Para você também, volte sempre!

Passava das nove da manhã quando abriram a porta da casa de número vinte e dois da Rua Marcelo A. de Moura.

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